Os dados preenchidos serão iguais a todos os livros.
Prentende adiquirir mais do que um livro com os mesmos elementos?
A Mecânica dos Fluidos. A Noite do Mundo
Aceitamos que a crítica deve reivindicar a sua função poética, mas é-nos mais difícil definir de que modo esta função aqui se torna sua, e não a de poetas ou romancistas — será apenas a oposição entre o consciente-e-voluntário do crítico face ao inconsciente-e-involuntário do criador literário? Tradicionalmente, este desajustamento vem permitir o jogo em que o crítico se habilita a saber mais na medida em que julga as obras a partir de um lugar-tribunal («mas o tribunal de toda a escrita está em toda a parte e em parte alguma» — dirá Eduardo Lourenço), e simultaneamente, num alarde de modéstia que passa pelo culto humanista da Literatura, o crítico é aquele que sabe menos, e jamais poderá pretender ir além do menos do saber que lhe é institucionalmente atribuído.
A Mecânica dos Fluidos
Donde vem o sentido? Da minha relação com o mundo. Assim: se eu tentar entender o mundo tal como ele é, o mundo é como a revolução, a infinitude de todos os possíveis, mas a impossibilidade de concretização de qualquer sentido; isto é, o mundo é demasiado denso de sentido, é demasiado complexo, para que seja possível produzir um sentido sem reduzir a sua complexidade. Essa redução faz-se quando eu encontro um princípio de selecção das informações que o mundo me dá. Se eu tenho demasiados livros em casa, e nenhum motivo para escolher este em vez de aquele, eu poderei ficar paralisado pelo excesso de livros e não conseguir ler nenhum. Um pouco o que acontece quando entramos numa imensa biblioteca ou num gigantesco centro comercial: uma náusea, um estonteamento, uma impossibilidade.
A Noite do Mundo
Organização e notas de Margarida Lages.
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