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Obra Poética
«Nada melhor que assinalar os cinquenta anos sobre a morte de Afonso Duarte, com a publicação, pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, da primeira edição crítica da sua obra poética, com o crivo do tão prestigiado autor, Prof. Doutor José Carlos Seabra Pereira. Discreto na vida, Afonso Duarte (Ereira, Montemor-o-Velho, 1 de Janeiro de 1884-Coimbra, 5 de Março de 1958) continua presente através da sua escrita: «Eu posso lá morrer, terra florida.» assinalando esta efeméride, pretendemos manter vivo o poeta que transformou a ilha da Ereira, Guernesey dorida, sua terra natal, num lugar mágico. Afonso Duarte ainda hoje nos inspira pela forma como sempre assumiu e reivindicou a sua raiz popular, sem nunca cair no extremo do localismo. Como ele bem escreveu: «Eu cá mesmo no extremo ocidental / Duma Europa em farrapos, eu / Quero ser Europeu / Num canto qualquer de Portugal.» À sombra do castelo de Montemor, com o Mondego como fundo, o poeta marcou a vida cultural do País. Convicto da democracia, foi afastado do ensino pela ditadura salazarista, quando era professor na cidade de Coimbra. Sempre resistente, não só como poeta, mas também enquanto Homem. Apoderamo-nos das palavras de despedida de Miguel Torga ao Poeta da Ereira, para dizer que nos resta «a recordação do que foste e o respeito pelos versos que escreveste. E dela e deles tiraremos o lenitivo possível. Mas tínhamo-nos acostumado à eternidade da tua presença.». O Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Dr. Luís Manuel Barbosa Marques Leal.
Introdução, fixação texto, registo de variantes e apêndices de José Carlos Seabra Pereira.
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