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A Correspondência de Fradique Mendes
A edição crítica d’A Correspondência de Fradique Mendes pretende facultar aos especialistas em estudos queirosianos um texto em muitos aspetos consolidado, relativamente ao que eram as edições de que até agora dispúnhamos.
Tendo aparecido pouco depois da morte do grande escritor, A Correspondência de Fradique Mendes é verdadeiramente e como já foi dito um semipóstumo: projetada e em boa parte preparada ainda por Eça, a edição do epistolário fradiquista contou seguramente com outras intervenções, logo depois do desaparecimento do seu autor, em agosto de 1900.
A escrita e a publicação original destes textos foi algo acidentada e sobretudo dispersa, no espaço e no tempo. Em várias publicações, em Portugal e no Brasil, surgiram, ao longo dos anos, as cartas fradiquistas e a biografia que apresenta o seu autor, esse Carlos Fradique Mendes concebido, por iniciativa coletiva e algo provocatória, no fim dos anos 60 do século XIX mais tarde recuperado e amadurecido por Eça de Queirós. Uma tal dispersão explica as reescritas, as emendas e até as oscilações de critério editorial que a história dos textos evidencia. Para além disso, Eça deixou inéditas várias cartas fradiquistas, só publicadas bem depois da sua morte; e entre elas estão seguramente algumas das mais ilustrativas do pensamento de quem foi poeta e viajante, suposto autor de obra desconhecida e observador arguto dos homens e das coisas do seu tempo.
Carlos Reis, da «Nota prefacial»
Edição de Carlos Reis, Irene Fialho e Maria João Simões.
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