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Clareza e Mistério da Crítica
No «Prefácio» a Clareza e Mistério da Crítica, Adolfo Casais Monteiro declara que é um crítico desprovido de sistema, «achando preferível fazer a critica, isto é, demonstrar, andando, que o movimento existe». Ora, suas deambulações no terreno da crítica - teoria e prática - provam não só que a critica existe, mas também que ela tem função e valor. E ainda mais: que ele próprio, como crítico, está longe de andar às tontas ou à toa. A assumida falta de sistema de seus passos é a recusa de uma marcha de tipo militar, em direcção a objectivos e alvos, como a daqueles que ele chama de «gente de uniforme, mesmo quando não o vestem por fora». (...) Essa aversão às sistematizações, e aos dogmatismos em que elas tendem a redundar, é característica de Casais Monteiro. (...) Este livro reúne os ensaios teóricos escritos entre 1946 e 1958, e publicados majoritariamente em jornais brasileiros. (...)
Introdução de Leyla Perrone-Moisés.