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Alberto Osório de Castro - Obra Poética - Vol. II
As publicações póstumas e os espólios literários ficam à mercê de circunstâncias adversas ou propícias. Neste caso, deve-se à INCM a reaparição de A Alberto Osório de Castro, com esta cuidada obra Poética, precedida de um esclarecedor estudo do Prof. Seabra Pereira, especialista do nosso simbolismo. Lado a lado, a vida de Alberto Osório de Castro seguiu duas vias, a da poesia e a do direito. Membro do Supremo Tribunal de Justiça, foi Ministro da Justiça e o primeiro Presidente do Conselho Superior de Administração Pública, antecedente do Supremo Tribunal Administrativo. Era respeitado como jurista íntegro e competente. Após a aposentação, nos oito anos que lhe restaram, dedicou-os por inteiro à poesia, colaborando frequentemente em revistas e jornais. O desgosto pela morte do filho deu novo ímpeto à inspiração - a inquietude metafísica torna-se mais directa, mais pungente. Sem dúvida, pressente-se a admiração por Ruben Darío, Remy de Gourmont, Gabriel d'Annunzio. No entanto, o simbolismo de Alberto Osório de Castro teve sempre uma dimensão amorosa, a natureza era o mistério que, com minúcia, procurava decifrar, partilhava a ternura pelas pequenas (grandes) coisas da vida, como as «borboletinhas claras» e «as pálidas rosas de Chimbel», era sensível aos indefesos e atingidos pelo infortúnio, e a 2.ª Guerra Mundial atormentou-o por ser a prova da espantosa capacidade do mal entre os homens. Era, não um decadente, mas um humanista: «[...] Que escura / a vida que não sonha um alto fim.» António Osório
Organização de António Osório. Introdução de José Carlos Seabra Pereira.
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