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Sátira e Lirismo no Teatro de Gil Vicente - Vol. I e II
A leitura (ou as leituras) proposta(s) por Cardoso Bernardes têm, pela sua segura fundamentação histórico-cultural e até histórico-biográfica, a força de convencer o leitor hodierno da intemporal actualidade do teatro vicentino, enquanto a sua sensibilidade ao significado poético dos textos, à «verdade» das personagens que o presentificam e à sua multímoda forma estilística têm o condão de o pôr ao alcance fácil e agradável da nossa contemporaneidade, através de duas das mais fortes constantes da alma humana, que são como que o anverso e o reverso da medalha da vida a empatia lírica e o riso da sátira, quase sempre posta ao serviço da crítica social. E essa realidade estética, nascida da vida e posta ao serviço dos homens, não tem vigência temporal marcada pelas épocas da História nem pelos períodos da Literatura, porque, parte intrínseca da natureza humana, e porventura em maior grau da do homem português, não conhece o tempo, ainda que sujeita às variações de mentalidade ou às reformulações que os caminhos da vida determinam.». Aníbal Pinto de Castro.
Prefácio de Aníbal Pinto de Castro.
2ª edição.
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