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Uma Carta à Posteridade Jorge de Sena e Alexandre O’Neill
«Não foi para morrer que nós nascemos e isso de morrer não faz parte de nenhum programa, dizem Jorge de Sena e Alexandre O’Neill. Faz, contudo, parte do programa de poetas escrever cartas à posteridade, embora sabendo que a destinatária dessa carta nada fará por eles. Este ensaio propõe uma leitura crítica do conteúdo fundamental das cartas de dois poetas maiores do século xx, descrevendo os seus projetos poéticos e o modo como configuram formas distintas de encarar a posteridade e o seu lugar na história da poesia portuguesa. Se Jorge de Sena quis deixar uma marca indelével na sua contemporaneidade e não cedeu a falsos eufemismos para contar a sua visão das coisas, O’Neill construiu um projeto poético deflacionário, reduzindo as expectativas sobre a sua obra e exigindo de si e dos outros um modo de ser e uma dicção mais modestos.»
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