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As Almas Herdeiras Fundação de Capelas Fúnebres e Afirmação da Alma como Sujeito de Direito (Portugal 1400-1521)
Desde os inícios da «história da morte» ao estilo de Philippe Ariès, há meio século, que as questões e os métodos dos historiadores não cessaram de evoluir. É inegável e uma ocorrência feliz que os historiadores, ultrapassando a noção, útil no seu tempo, de «mentalidades», tenham sempre procurado cada vez mais ancorar as representações e as práticas relativas à morte no seu contexto social. É nesta linha que se insere o belíssimo livro de Maria de Lurdes Rosa. Mas ela faz ainda melhor: dá, à presença activa dos mortos na sociedade, uma personalidade jurídica, e faz deles actores políticos. Este livro traça assim caminhos historiográficos novos, dos quais os «historiadores da morte» da Europa do Antigo Regime ganharão em seguir as lições. Jean-Claude Schmitt, «Prefácio». Maria de Lurdes Rosa é doutorada em História Medieval pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris) e pela Universidade Nova de Lisboa, docente no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade e membro da direcção do Instituto de Estudos Medievais. A sua área de investigação é a História Medieval, no âmbito da qual tem estudado temas relacionados com a história da família, da religiosidade e dos arquivos.
Prefácio: Jean-Claude Schmitt.
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